Diversos professores do nosso Departamento fizeram uma trajetória similar a que ele descreve.
Aproveitem a leitura e os conselhos!
Abs,
Sara Daiane
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O(a) jovem que deseja tornar-se um(a) pesquisador(a) em História deve preparar-se para enfrentar um longo percurso.
O primeiro passo, naturalmente, é ingressar em um bom curso de graduação (há diversos rankings que facilitam a escolha). O bacharelado em História é uma etapa difícil: a visão frequentemente tradicional que se tem da História no ensino médio tende a ser “desconstruída” na universidade, o que costuma gerar crises epistemológicas nos(nas) jovens candidatos(as) a historiador(a). Sempre digo a meus(minhas) alunos(as) que o principal não é cumprir as disciplinas, mas integrar-se em grupos de pesquisas, fazer iniciação científica, atuar como monitor. Para mim foi muito importante aproximar-me dos(as) professores(as) que admirava, pedir orientação insistentemente: é muito comum que os(as) professores(as) universitários(as) sejam pouco demandados(as) e, por isso, acabam sendo mal aproveitados(as).
No final da graduação, é importante que a monografia de bacharelado seja bem escolhida. O primeiro exercício de pesquisa não pode ser aborrecido.
No final da graduação, é importante que a monografia de bacharelado seja bem escolhida. O primeiro exercício de pesquisa não pode ser aborrecido.
Há uma espécie de “taylorização” da formação do pesquisador: emenda-se o bacharelado no mestrado, feito rapidamente em dois anos, e logo se inicia o doutorado, às vezes até antes da defesa da dissertação de mestrado. Isso é ruim, já que nossa profissão exige amadurecimento, erudição, leituras, algo que demanda tempo. No passado, uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado podia ser feita ao longo de 5, 6 anos, ou muito mais. Mas não adianta pensar em termos ideais. Hoje há muita competição. Por exemplo: quando ingressei na carreira do magistério superior, em 1985, eu nem tinha o mestrado, era apenas um especialista (pós-graduação lato sensu). Comecei como “Professor Auxiliar”. Hoje em dia, nenhuma universidade contrata professores auxiliares porque, para atuar na pós-graduação, é preciso ser doutor e praticamente todos os departamentos têm cursos de pós-graduação.
Portanto, é preciso fazer o mestrado rapidamente, nos dois anos regulamentares, de preferência com uma bolsa do CNPq ou da CAPES, o que depende da classificação no processo de seleção. É essencial, portanto, fazer uma boa seleção. Isso resulta, em geral, de duas coisas: um bom projeto de pesquisa e, eventualmente, ter atuado na graduação do departamento em alguma iniciação científica. Um bom projeto de pesquisa é aquele que define com precisão um problema e indica a existência de fontes documentais interessantes. Um bom roteiro para a elaboração de projetos de pesquisa pode ser visto nos editais de seleção do meu programa de pós-graduação, o PPGHIS da UFRJ.
O mestrado é uma correria e, nesse sentido, até mais difícil do que o doutorado. O(a) aluno(a) vem da graduação, muitas vezes sem experiência de pesquisa e, em dois anos, tem de fazer uma dissertação. Como no primeiro ano é preciso cumprir, em geral, quatro disciplinas, a dissertação só é redigida mesmo no segundo ano.
No doutorado as coisas são mais tranquilas, em função da experiência adquirida e do prazo maior (quatro anos). O único problema é que você terá de fazer uma tese de doutorado! É um trabalho que pressupõe originalidade. O mais importante, entretanto, é ter em mente que a tese costuma “marcar” o autor: quando você fizer um concurso para tornar-se professor, por exemplo, é certo que sua tese será considerada.
Depois da tese, o passo final é a busca de um emprego. Muitos recém-doutores só vão se inserir no mercado nesse momento, tendo vivido de bolsas até então. É a realidade hoje em dia. Como disse, no passado, muitos professores se doutoravam depois de anos de atuação no magistério. Seja como for, há algumas alternativas. Uma delas é trabalhar como "Professor Recém-Doutor" em algum departamento ou programa de pós-graduação, algo que, em geral, depende de uma inserção prévia em grupos de pesquisa. Outra hipótese é se tornar "Professor Substituto" (dando aulas na graduação no lugar de um professor aposentado ou falecido antes do concurso para professor efetivo). O processo de seleção para professor substituto é mais simples do que o tradicional concurso de provas e títulos para professor efetivo.
O concurso para se tornar professor do magistério superior federal (efetivo) é bastante pesado. Há provas de aula, de arguição do currículo e escrita. Usualmente, são muitos os candidatos. Como já disse, em geral os concursos são para “Professor Adjunto”, isto é, aquele que já é doutor. Dificilmente se contrata um "Professor Auxiliar" (especialista) ou "Assistente" (mestre). Depois de oito anos, o Adjunto pode progredir para "Professor Associado". Para chegar ao último patamar da carreira, como “Professor Titular”, é preciso fazer outro concurso, que pode exigir uma tese ou uma conferência, dependendo da universidade.
Se tudo der certo, são quatro anos na graduação, dois no mestrado e quatro no doutorado, isto é, dez anos apenas para começar a carreira. Boa sorte! E paciência...
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Fonte: http://www.brasilrecente.com/2011/06/carreira-de-pesquisador-em-historia.html
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Fonte: http://www.brasilrecente.com/2011/06/carreira-de-pesquisador-em-historia.html
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