No Brasil o rock chegou na segunda metade dos anos de 1950.A primeira etapa o rock nacional era versões dos sucessos estrangeiros gravados por artistas como Celly Campelo. Na década de 60 surgiu a Jovem Guarda, com temáticas ligadas à classe média urbanas, tendo como oposição as correntes da MPB, um embate que se desenrolou no contexto da ditadura militar.
Com a Tropicália, de 1968, o rock passou por várias inovações e tomou uma forma mais brasileira, com a banda Os Mutantes por exemplo. Nos anos 70 viu-se a ascensão do rock progressivo de outros músicos, como Raul Seixas, que não seguiam essa linha. Também se desenvolveu o Punk que abriu vários caminhos para a efetivação do rock como produto nacional.
Os anos 80, no período da reabertura política e posterior governo de Sarney, o rock nacional teve o seu grande momento e as gravadoras investiram pesado na sua divulgação. O “rock de Brasília”, representado por Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude, desenvolveu-se na classe média e teve influências do Punk e Pós-Punk, principalmente.
Essa representação ocidental do jovem (explicitada nos post anteriores), apropriada de acordo com cada região, passou por revisões, atualizações e rupturas no correr do tempo, já que cada época teve sua concepção sobre essa etapa da vida. Assim, nos próximos post passaremos à analise das músicas do grupo Legião Urbana, buscando identificar quais as representações sobre o jovem elas veiculam.
Essa banda iniciou-se na década de 1980 em Brasília, e era composta por filhos de funcionários públicos, diplomatas e professores universitários. Logo, os discursos que constroem partem de um lugar social específico: a classe média de Brasília, possuidora de certa facilidade de acesso à informação estrangeira e algum poder aquisitivo. Algumas outras peculiaridades da cidade concorrem para a conformação do rock brasiliense: a disposição urbanística da cidade em superquadras propiciou a formação de “galeras” e turmas e delas surgiu a banda Legião e inúmeras outras. É a partir desse cenário que as músicas foram produzidas e circularam inicialmente. Após o sucesso nacional esses discursos alcançaram outros circuitos sócio-culturais.
Amanda Camylla e Thiago Dornelles são alunos do quinto semestre de História na UnB
Porque tanto Mutantes e Legião Urbana pra todo lado? Tantas bandas incríveis dos anos 70, A Bolha, Casa das Máquinas, Made in Brazil, Tutti Frutti, Patrulha do Espaço e mais um monte de outras..
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