Como mais um exemplo da diversidade das relações da história, abrimos hoje um espaço para história e música. Teremos uma série de posts que traçam um paralelo entre a representação do jovem em duas músicas da banda de rock Legião Urbana com a representação do teenager do pós-guerra nos EUA. Seguir-se-á uma exposição sucinta sobre a história do rock and roll, desde o seu surgimento até suas ressonâncias no cenário brasiliense. Depois serão analisadas as músicas “Geração Coca-Cola” e “ Dezesseis”.
Os textos dialogam com o já não tão recente movimento na historiografia brasileira empenhado em servir-se da produção de canções populares para a composição narrativa – peculiar ao discurso acadêmico – do contexto de determinada época, bem como, para servir-se desse material como objeto mesmo da análise historiográfica.
Tendo em mente as peculiaridades fonográficas e as questões de mercado inerentes a esse tipo de troca simbólica, a música popular constitui material valioso ao historiador por sua importância na formação dos imaginários e por remeter a representações e discursos com os quais estabeleciame relações de alinhamento ou oposição. Dessa forma, a música se torna uma fonte para a historiografia discursar sobre determinado período.
Entretanto, a análise das canções populares não se esgota na sua relação com o contexto de uma época. Uma vez que, estando atenta às especificidades das linguagens do duplo eixo verbal-musical da canção, pode buscar sentidos de interesse ao discurso ao qual se filia e produz, que não seriam necessariamente os mesmos que musicólogos buscaram. Questões como a recepção, diálogo com as tradições, a performance e seus veículos, entre outras podem pautar o trabalho do historiador interessado em pesquisar essa área.
Amanda Camylla e Thiago Dornelles são alunos do quinto semestre de História na UnB
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