“Eu tenho um conto sobre um homem que decide desenhar o mundo. Então, senta frente a uma parede branca – nada impede que pensemos que essa parede é infinita -, e o homem começa a desenhar todo tipo de coisas: desenha âncoras, desenha bússolas, desenha torres, desenha espadas, desenha bengalas. E continua desenhando assim, durante um tempo indefinido – porque ele teria atingido a longevidade. E enche essa longa parede de desenhos. Chega o momento de sua morte, e então lhe é permitido ver – não sei muito bem como -, com uma só olhada, toda sua obra, e percebe que o que desenhou é um retrato de si mesmo. Agora, eu acho que essa parábola ou fábula minha poderia se aplicar aos escritores, ou seja, um escritor pensa que fala de muitos temas, mas o que realmente deixa é, se tiver sorte, uma imagem de si próprio.” Jorge Luís Borges
quarta-feira, 2 de junho de 2010
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Belíssimo!
ResponderExcluirPoderiam colocar a referência bibliográfica deste excerto?
Aproveito para parabenizar a iniciativa deste blog. Daniel, já me tornei seguidora.
Visitem meu blog História por aí
Não é acadêmico, mas tem posts leves e interessantes.
Deixo aqui a dica de um blog de resenhas que acabo de conhecer.
abraços.
Oi Natalia,
ResponderExcluirtudo bem? Seu blog está "linkado" também. Obrigado pela dica. é isso aí, a gente precisa fazer usos mais produtivos da rede...
Abraço,
Olá Nathália,
ResponderExcluira frase se encontra num dos livros publicados pela editora Hedra que reune as conversas do escritor argentino com o jornalista e professor Osvaldo Ferrari: Sobre a amizade e outros diálogos, Sobre a filosofia e outros diálogos e Sobre os sonhos e outros diálogos. São ao todo cerca de 90 diálogos, gravados na mitológica biblioteca da casa de Borges.
A arte seria a pureza mais profunda e cósmica a que os homens conseguiram alcançar, em seu próprio universo superior à razão, onde eles se confundem com o infinito da dúvida e da negação,
ResponderExcluire recaem, na vertigem da lucidez que verte em poesia, de todos os tempos a arte, o tempo, a luz e a escuridão: o homem e sua vontade, ao nosso modo tão humano de ser, estar e, desumanamente, querer ao mesmo tempo.
E então quem sou o "eu" que eu construo, e quem são os outros, ou, pra que eles servem a mim?