Quando fiquei um pouco mais velho, já tendo aulas de história na escola, começando a ler de verdade, e escolhendo os filmes que assistia (não mais vendo filmes só porque passavam na televisão de tarde), comecei a perceber que gostava de História (ainda era para mim essa história com H maiúsculo): gostava de “pesquisar” sobre bandas de rock que escutava e que não existiam mais, de assistir esses documentários sobre história, de ver filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. Então aos poucos fui colocando na minha cabeça que era isso que queria fazer da minha vida, mesmo não sabendo de forma alguma como alguém estuda a História.
Enfim quando fui prestar vestibular, depois de ter descartado música como opção, fiquei algum tempo em dúvida entre história e ciências sociais. Para minha sorte fui cabeça dura o suficiente para continuar insistindo em fazer o curso de história, apesar de tudo de ruim que me falavam sobre a minha escolha: curso que não dá dinheiro, curso de comunista, direito é muito melhor... mas isso nunca foi problema para mim.
Meu maior problema é que mesmo me interessando muito por história, eu ainda assim não via muito proposito em estudar história (até porque para mim ainda era aquela história ensinada no segundo grau). Não entendia como a história podia ajudar no presente e no futuro, não entendia o porquê de estudar alguma coisa sobre os gregos, nunca acreditei que de alguma forma a história se repetisse, e mais ainda: não gostava da História do Brasil, e ela só me fazia me sentir mal por ser brasileiro.
Depois que comecei o curso de história, com o tempo fui e estou sanando meus problemas com a história. Acho que dentro do curso de história o mais importante é desenvolver esse pensamento de historiador: de tentar entender o diferente e distante; de entender que as coisas mudam e entender porque elas mudam, de ser crítico, de ver que nem sempre as coisas foram como são... É realmente incrível como estudo da história muda sua visão de mundo (pelo menos a minha ela mudou). De resto, por enquanto penso em continuar estudando depois que me formar, mas ainda não sei completamente o que vou fazer no futuro, até porque de certa forma, ninguém nunca tem completa noção do que está fazendo. Mesmo que acabe não trabalhando com história (tomará que isso não aconteça), não me arrependo de ter entrado nessa jornada.
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